Os bancos centrais estão a promover a resolução da crise de endividamento
global mediante o fornecimento estrutural de abundante liquidez, a qual permite
assegurar níveis de taxas de juro, de curto e longo prazo, reduzidas. Por
conseguinte, garante-se serviço de dívida compatível com as possibilidades
reais de estados, empresas e famílias, gerindo-se sem rupturas a crise do
endividamento global. Deste modo, evitam-se novas recessões, mas pode-se
assistir a ritmos de crescimento económico igualmente baixos e prolongados. As
taxas de juro são suficientemente baixas para impedir uma catadupa de
incumprimentos e insolvências, mas a dívida acumulada impede a realização de
novos projectos de investimento, de políticas orçamentais expansionistas ou de
ampliação do consumo privado; condicionando negativamente o crescimento
económico. Acreditando num cenário de cristalização da estabilidade económica
conjugado com estabilidade institucional na Europa no âmbito do euro, o excesso
de liquidez proporcionado pelos bancos centrais favorece os activos mais
arriscados, podendo prolongar períodos de valorização de acções ou de dívida
pública das economias mais acossadas pela crise da dívida soberana. Esta
solução possibilitou um processo de desalavancagem suave no passado, designadamente
no Japão na segunda metade da década de 90 e no Reino Unido no início dos anos
80.
A publicação deste mês disponibiliza três novos artigos de Opinião «Saldo
Orçamental em 2011 e Perspectivas para 2012» e «A evolução recente das
necessidades de financiamento da economia portuguesa e como foram satisfeitas»
e «Grécia, Irlanda e Portugal - A dimensão do ajustamento nos países
intervencionados».
fonte: Banco BPI
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